Quando a Promessa Demora: A Fé de Abrão e o Pacto de Deus
Mesmo diante da espera e da dúvida, Abrão foi sincero com Deus e creu em Sua promessa. Em Gênesis 15, aprendemos que a fé é o caminho da justiça, e a honestidade diante de Deus abre espaço para o cumprimento de grandes promessas.
JOAO VITOR
7/16/20253 min read
O capítulo 15 de Gênesis nos revela um dos momentos mais profundos entre Deus e Abrão. Após anos esperando o cumprimento da promessa de um filho, Abrão começa a demonstrar preocupação e angústia diante da demora. Os versículos 1 e 2 nos mostram isso claramente:
"Depois destas coisas, veio a palavra do Senhor a Abrão, numa visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão. Então disse Abrão: Senhor Deus, que me hás de dar, pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer?" (Gênesis 15:1-2)
Dez anos haviam se passado desde a promessa. Abrão e Sarai estavam ficando mais velhos, e a possibilidade natural de gerar filhos parecia cada vez mais distante. Abrão, em sua humanidade, expõe a Deus a sua aflição: será que Eliézer, seu servo, será seu herdeiro?
Esse momento é marcante porque Abrão faz o que muitos antes dele não fizeram: ele é completamente honesto com Deus. Quando Deus questionou Adão, ele se escondeu. Quando perguntou a Caim sobre seu irmão Abel, Caim respondeu com dureza: "Por acaso sou guardador do meu irmão?". Mas Abrão não se esconde nem responde com orgulho. Ele simplesmente abre seu coração.
E Deus responde com amor e firmeza:
"Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro." (Gênesis 15:4)
O Senhor então leva Abrão para fora e lhe mostra o céu, dizendo:
"Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência." (Gênesis 15:5)
Deus não apenas reafirma a promessa, mas amplia a visão de Abrão. Ele transforma sua angústia em esperança, mostrando que o que está por vir é muito maior do que ele imagina. E então, algo grandioso acontece:
"E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça." (Gênesis 15:6)
Esse versículo é fundamental na história da fé cristã. Abrão foi declarado justo diante de Deus não por suas obras, mas por sua fé. Ele creu na promessa, mesmo sem ver. Mesmo sem ter provas concretas, ele confiou.
É exatamente isso que o apóstolo Paulo explica em Romanos 4:
"Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora, ao que trabalha não se lhe conta o salário como graça, mas como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça." (Romanos 4:3-5)
A mensagem aqui é clara: não somos justificados por aquilo que fazemos, mas por aquilo que cremos. As obras têm valor — elas trazem galardão — mas a salvação, a justiça e o favor de Deus vêm pela fé.
Essa história nos ensina que precisamos ser sinceros diante de Deus. Podemos até esconder nossas dores das pessoas, mas de Deus, não conseguimos esconder nada. E mais do que isso, não precisamos esconder. Ele é Pai. Ele ouve. Ele entende. E Ele responde com amor.
Por isso, leve a Ele as suas angústias. Fale com honestidade, com reverência, mas sem medo. Deus não se afasta dos nossos questionamentos sinceros — Ele se aproxima ainda mais. A fé verdadeira não é fingir força o tempo todo, mas crer mesmo em meio à fraqueza.
Gênesis 15 nos mostra que a fé é o caminho da justiça e que a sinceridade é o caminho do relacionamento com Deus.
Se a promessa parece demorada, lembre-se: Deus não esquece o que prometeu. Ele cumpre no tempo certo. Enquanto isso, continue crendo, continue confiando, e mantenha seu coração aberto diante do Senhor.
“O justo viverá pela fé.” (Habacuque 2:4 / Romanos 1:17)
Jovens unidos na fé e na esperança.
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